30 de setembro de 2011
30 de Setembro: DIA MUNDIAL DO CORAÇÃO
Nesta data, em que se comemora o Dia Mundial do Coração, torna-se imprescindível relembrar que, nos nossos dias, as doenças cardiovasculares ocupam o topo das causas de morbilidade e mortalidade. E, se, por um lado, a melhoria das condições de vida da população trouxe benefícios, por outro, também trouxe alguns inconvenientes. Estamos a comer abundantemente e de uma forma pouco saudável. Por exemplo, o abuso do sal favorece a hipertensão arterial que, actualmente, é a doença que afecta o maior número de pessoas a nível mundial. Em Portugal, cerca de um em cada quatro adultos é hipertenso, factor que contribui de forma muito significativa para as doenças cardiovasculares, nomeadamente o enfarte do miocárdio. Por este motivo, é aconselhável que todos os adultos avaliem, pelo menos uma vez por ano, a sua tensão arterial.
As dislipidémias, ou seja, o aumento dos níveis de colesterol/triglicéridos, é outro factor de risco que está directamente relacionado com os erros alimentares. Por exemplo, nos Açores, onde nos hábitos alimentares se inclui um grande consumo de gorduras saturadas, carne e lacticínios, a relação entre o enfarte e este consumo exagerado de gorduras parece inquestionável. Assim, todos nós, incluindo as crianças, devemos dar preferência às carnes magras (frango ou peru), peixe, azeite ou óleo vegetal e evitar bolos com creme, manteiga, carne de porco, nata do leite, gema de ovo, porque quando ingeridos em excesso fazem subir a taxa de colesterol.
A obesidade, pela predisposição à hipertensão, diabetes e à dislipidémia, é considerada um factor de risco muito importante para este tipo de doenças. Neste sentido, é desejável que o controlo do peso e hábitos alimentares saudáveis sejam uma preocupação constante.
A diabetes acelera o processo degenerativo vascular, logo, as complicações cardiovasculares são muito significativas. As pessoas com diabetes devem ter cuidados acrescidos no controlo da sua situação de saúde, não descurando os despistes periódicos da sua glicémia capilar.
O tabagismo, como é do conhecimento geral, é responsável, entre outras doenças, pelas patologias coronárias, pelo enfarte do miocárdio e até pela morte súbita. No nosso país, cerca de 23% da população é fumadora. Se, por um lado, reconhecemos que deixar de fumar não é tarefa fácil, por outro, é difícil compreender que pessoas esclarecidas mantenham este hábito tão nocivo à saúde, quer individual quer colectiva.
Podemos ainda falar do sedentarismo, factor que, tal como os já mencionados, também é modificável, já que nos estamos a tomar cada vez menos activos. Já não subimos escadas porque há o elevador, já não se joga à macaca, nem se anda de bicicleta ou de patins porque existem os computadores e consolas de mil e um jogos, e tornamo-nos dependentes do automóvel. Além disso, vivemos a correr contra o relógio e essa pressão social pode induzir, por si só, a um maior consumo de tabaco, ao aumento da tensão arterial e a uma alimentação desregrada.
Neste contexto, uma das nossas preocupações, é chamar a atenção para estes factores de risco e relembrar que são modificáveis, ou seja, podem ser corrigidos com a adopção de hábitos de vida saudáveis. No entanto, a saúde das pessoas não depende exclusivamente do esforço e do trabalho dos especialistas. Através da informação e formação da população, cada cidadão pode e deve assumir a responsabilidade da sua saúde e bem-estar, contribuindo, assim, indirectamente, para haver mais e melhor saúde.
Só assim, considerando a saúde como o bem mais precioso que temos, é que podemos viver mais e, sobretudo, com mais qualidade.
Enfª Carla Duarte
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